Cidadania

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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Vídeo Aula 3 - O juízo moral na criança



Vídeo aula 3

Educação e valores - O juízo moral na criança

"O Juízo Moral na Criança" livro de Piaget

Segundo Piaget: “Toda moral consiste num sistema de regras, e a essência de toda moralidade deve ser procurada no respeito que o indivíduo adquire por essas regras.”
Piaget diz que a moralidade humana, os valores humanos exatamente, têm relação com o cumprimento das leis, normas e regras da sociedade e que o respeito precisa ser aprendido, internalizado, de forma que o indivíduo tenha respeito às regras da coletividade, da sociedade, da família, da escola, etc., por si só.
Para chegar ao respeito coletivo, passamos por fases:
- anomia – quando nascemos e não conhecemos as regras. Assim, a criança vai descobrindo que existem regras na sociedade, existem coisas que ela pode e coisas que ela não pode fazer. Num primeiro momento, isso acontece na interação com a família, depois com as demais pessoas de seu convívio.
-heteronomia – quando a criança percebe as regras. Ela sabe que existem regras, coisas que ela pode ou não fazer, palavras que ela pode dizer em público. A sociedade vai dizendo a elas coisas que ela pode ou não fazer.
- autonomia - O sujeito autônomo é aquele que sabe que tem regras, por isso ele passou pela heteronomia, mas ao mesmo tempo, ele sabe que essas regras estão internalizadas nele,  sabe o que é certo e errado, sabe a forma de agir, leva as regras da sociedade em consideração. Ele não é egocêntrico porque considera o coletivo nas suas ações, nos seus pensamentos.
De acordo com Piaget, passa-se da anomia para a heteronomia através de dois tipos de relação: primeiro, a relação de coação; segundo as relações de respeito unilateral.
Na coação, a criança aprende que não pode fazer determinadas coisas através da promessa de sanções, físicas ou privativas.
Nas relações de respeito unilateral, apenas a criança tem que respeitar, mas nem sempre é respeitada. Para que surja o respeito, a pessoa tem que ter um relacionamento estável com essa criança, levando com que ela sinta pelo adulto amor, por ser cuidada e querida  e medo de perder o carinho e os cuidados desse adulto.
Assim, vale a pena refletir sobre a relação estabelecida do professor com o aluno.Se existe uma relação autoritária,  de coação, de respeito unilateral, onde se  força as pessoas a obedecerem, a serem obedientes em relação a normas e regras, essa pessoa será  sempre uma pessoa heterônoma, uma pessoa que simplesmente vai cumprir o que os outros mandam ela fazer, e nunca vai fazer as coisas porque ela sabe o que é certo internamente, que é o que é, exatamente a meta, que a gente desenvolva os estados de autonomia, que seria a meta da educação do ponto de vista em valores.
Estabelecendo atividades através de jogos cooperativos, onde todos precisam ser respeitados e respeitar, os alunos vão entendendo que existem regras no mundo e que elas precisam ser respeitadas. Partindo assim, da coletividade busca-se também fazer com que a criança saia de seu egocentrismo,  deixando de enxergar somente a si própria para poder conhecer que existem outros na sociedade, e a partir daí, desenvolver a autonomia.

Vídeo Aula 2 - Os caminhos da interdisciplinaridade




Vídeo aula 2

Temas transversais

Os caminhos da interdisciplinaridade

Base teórica - Ciências e Educação

Na escola, Ciências costuma ser vista como mais uma das matérias do currículo e assim passa a ser ensinada, de forma descontextualizada da realidade.
Mas aprender ou ensinar ou aprender Ciências vai muito além do currículo, pois esse é apenas o percurso formativo da educação.
Ensinando Ciências de forma abrangente ofertamos aos alunos a aprendizagem de Ciências como linguagem: a linguagem científica.
É a partir dessa linguagem científica que os discentes tomam consciência e aprendem fatos científicos relacionados a seus fatos diários como por exemplo, os dados de um rótulo de remédio, fenômenos atmosféricos, terremotos, calorias, entre tantos outros existentes na nossa vida.

Uma outra coisa importante, é a ciência como um instrumental prático. É preciso muitas vezes, dominar a linguagem, para poder fazer uso da ciência como instrumental prático. Precisa transcender a linguagem e ter um elemento de compreensão.
As hipóteses são coisas da natureza da ciência e parte do conhecimento da gente. A ciência pode ser percebida como coisa de cada um. Instrumental de cada um e não necessariamente de cientistas. A ciência é coisa do ser humano. Está presente na tecnologia, mas também tem que estar presente na nossa visão de mundo, nas coisas que nós vamos compreender, porque estamos nesse mundo complexo.
Mesmo estando em pleno século XXI, existem inúmeras questões científicas não resolvidas e, a cada dia que passa mais fatos, perguntas e respostas surgem por todos os lados.

Essa visão de mundo da ciência, visão de mundo não é só cosmológica, mas é também cosmológica. Entender as coisas relativas à natureza, sendo cosmológica ou tecnológica, é uma das coisas belíssimas da ciência. É um dos privilégios de se estar vivo nesse século XXI que tem enormes dúvidas. E saber que a ciência é o domínio da dúvida. Da dúvida permanente, e não de todos os saberes. Ciência não é sinônimo da verdade, mas de buscas de verdades, sempre transitórias, sempre para serem superadas.
Uma das melhores formas para se trabalhar Ciências nas escolas é através do “realizar”, aprender a fazer fazendo, observando, formulando hipóteses, fazendo experiências, analisando resultando e chegando a conclusões.

Fundamentalmente são apresentadas duas linhas de pensamento diferentes para o estudo e o ensino de Ciências, segundo Morin:
·       *   Estudo sobre a história da ciência mostram que  a partir do sec XVII, do sec XVIII e XIX, trabalhos como Descartes, de vários filósofos e cientistas como o próprio Newton, Kant, Leibniz, que ajudaram a estruturar a modernidade.
Descartes apresenta a disjunção, que é o método de separa as coisas em partes, estudá-las e depois juntá-las novamente. Isso, na educação causou a disciplinarização, ou seja, a separação de um todo a ser estudado em disciplinas estanques, separadas de acordos com suas especificidades.
·       *   Uma segunda característica, é a redução do complexo ao simples, ou seja, como consequência inclusive dessa separação do todo em partes, eu vou tirar a complexidade, que por exemplo, que é esse corpo como um todo, e vou buscar uma simplificação desse corpo a partir dessa disjunção, isto é, com a redução.  Isso me leva ao fato de não analisar os fatos por inteiro, buscando causas e soluções simples, para problemas que no fundo, possam ser bem complexos.
·        *  A terceira característica, é a  Abstração,  que gerou a matematização e a formalização da ciência. Promovida desde o século XVII, a surgiu como um fenômeno comum a duas ou mais disciplinas ou campos de conhecimento, mas em seu estudo, os participantes estabelecem diálogo entre si. O que é essencial na interdisciplinaridade é que existe diálogo entre as disciplinas,ou melhor, entre os profissionais dessas disciplinas.  Todos trocarão ideias, a partir de suas disciplinas, mas ouvirão a opinião dos outros.


      Partindo da disjunção de Descartes e chegando a interdisciplinaridade, observo que a separação é necessária para que existam especialistas em todas as áreas, porém a interdisciplinaridade promove a aprendizagem do aluno de maneira integrada, oferecendo subsídios para que ele entenda que as aprendizagens adquiridas nas escolas são oferecidas a ele para que possa conseguir transformar sua realidade fora da escola.

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Vídeo Aula 1 - As Revoluções Educacionais




As Revoluções Educacionais

Base para argumentação: o autor espanhol José Esteves, no livro “A terceira revolução educativa"

O texto nos remete ao seguinte pensamento: Quais os objetivos da educação? A quem se destina? Os problemas e desafios da sala de aula hoje têm relação com a história da educação?

Segundo Esteves, a 1ª Revolução Educacional data de 2500 anos atrás. Uma educação individualizada, voltada à aristocracia que durou cerca de 2000 anos. Apenas filhos dos nobres e dos reis, isto é, uma pequena parte da população tinha direito à educação formal.

 A 2ª Revolução Educacional acontece entre os séculos XVII e XVIII, quando os Estados europeus começam a se consolidar. Até então, a igreja era responsável pela educação. O Rei Frederico Guilherme II. Da Prússia, em 1787 determina que a educação deve ser pública e sob a responsabilidade do Estado.
A escola que teve início no século XIX   é essa que temos até hoje: um professor para vários alunos, fechados entre quatro paredes. O professor em pé em frente à sala em sinal de superioridade, utilizando a lousa como forma de passar seu conhecimento aos alunos que não tinham acesso ao conhecimento. A turma é homogênea: meninos, com a mesma cor da pele, tamanho, tipo de corte de cabelo, do mesmo grupo econômico.

A 3ª Revolução Educacional tem início no século XX, com o início do processo de universalização ao acesso à educação.
A necessidade de instrução chega com a Revolução Industrial, onde há a necessidade de pessoas melhores instruídas. É o desenvolvimento dos meios de produção, tendo como desejo uma escola para todos.

No Brasil, esse processo sócio-político-econômico acontece nos últimos 20 ou 30 anos, iniciando aí a preocupação da inclusão de todos nas salas de educação regular.
A escola para atender a demanda do século XIX permanece em pleno século XXI, apesar da cliente atendida ser outra, totalmente diferente da que era atendida há muito tempo atrás.

Hoje temos a inclusão das diferenças sociais, econômicas, psíquicas, físicas, culturais, religiosas, raciais ideológicas e de gênero, ou seja, essa escola agora é para todos. Mas a sua formulação arquitetônica, suas regras, o preconceito  (embora mascarado), a burocracia, e a formalização das atitudes permanecem.

Acredito que há sim a necessidade de repensar essa escola de hoje. Há a necessidade de se formar novos docentes, de serem estabelecidas novas regras de convivências, de mostrar ao aluno que a escola é um lugar feito para ele.

O planeta mudou, a tecnologia avançou, as crianças nascem apertando botões, o conhecimento surge de todos os cantos a todo momento e... na escola: a velha lousa com giz e o professor em pé na frente da sala.

É necessário quebrar paradigmas, aceitar as mudanças, aprender com as novas tecnologias e entender que somos seres em constante processo de aprendizagem, seja aluno ou professor.

Uma prática pedagógica consciente requer análise constante de objetivos e métodos, fazendo com que o professor se coloque como colaborador e facilitador do processo de ensino e aprendizagem.

Hoje, o professor é mediador entre o conhecimento e o discente, buscando formas de ajudá-lo a construir seu próprio conhecimento, sabendo que “Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar.” Esopo