Vídeo aula 2
Temas transversais
Os caminhos da interdisciplinaridade
Base teórica - Ciências e Educação
Na escola, Ciências costuma ser
vista como mais uma das matérias do currículo e assim passa a ser ensinada, de
forma descontextualizada da realidade.
Mas aprender ou ensinar ou
aprender Ciências vai muito além do currículo, pois esse é apenas o percurso
formativo da educação.
Ensinando Ciências de forma
abrangente ofertamos aos alunos a aprendizagem de Ciências como linguagem: a
linguagem científica.
É a partir dessa linguagem científica
que os discentes tomam consciência e aprendem fatos científicos relacionados a
seus fatos diários como por exemplo, os dados de um rótulo de remédio,
fenômenos atmosféricos, terremotos, calorias, entre tantos outros existentes na
nossa vida.
Uma outra coisa importante, é a
ciência como um instrumental prático. É preciso muitas vezes, dominar a
linguagem, para poder fazer uso da ciência como instrumental prático. Precisa
transcender a linguagem e ter um elemento de compreensão.
As hipóteses são coisas da
natureza da ciência e parte do conhecimento da gente. A ciência pode ser
percebida como coisa de cada um. Instrumental de cada um e não necessariamente
de cientistas. A ciência é coisa do ser humano. Está presente na tecnologia,
mas também tem que estar presente na nossa visão de mundo, nas coisas que nós
vamos compreender, porque estamos nesse mundo complexo.
Mesmo estando em pleno século
XXI, existem inúmeras questões científicas não resolvidas e, a cada dia que
passa mais fatos, perguntas e respostas surgem por todos os lados.
Essa visão de mundo da ciência,
visão de mundo não é só cosmológica, mas é também cosmológica. Entender as
coisas relativas à natureza, sendo cosmológica ou tecnológica, é uma das coisas
belíssimas da ciência. É um dos privilégios de se estar vivo nesse século XXI
que tem enormes dúvidas. E saber que a ciência é o domínio da dúvida. Da dúvida
permanente, e não de todos os saberes. Ciência não é sinônimo da verdade, mas
de buscas de verdades, sempre transitórias, sempre para serem superadas.
Uma das melhores formas para se
trabalhar Ciências nas escolas é através do “realizar”, aprender a fazer
fazendo, observando, formulando hipóteses, fazendo experiências, analisando
resultando e chegando a conclusões.
Fundamentalmente são apresentadas
duas linhas de pensamento diferentes para o estudo e o ensino de Ciências,
segundo Morin:
· * Estudo sobre a história da ciência mostram que a partir do sec XVII, do sec XVIII e XIX,
trabalhos como Descartes, de vários filósofos e cientistas como o próprio
Newton, Kant, Leibniz, que ajudaram a estruturar a modernidade.
Descartes apresenta a disjunção, que é o
método de separa as coisas em partes, estudá-las e depois juntá-las novamente.
Isso, na educação causou a disciplinarização, ou seja, a separação de um todo a
ser estudado em disciplinas estanques, separadas de acordos com suas
especificidades.
· * Uma segunda característica, é a redução do
complexo ao simples, ou seja, como consequência inclusive dessa separação do
todo em partes, eu vou tirar a complexidade, que por exemplo, que é esse corpo
como um todo, e vou buscar uma simplificação desse corpo a partir dessa
disjunção, isto é, com a redução. Isso
me leva ao fato de não analisar os fatos por inteiro, buscando causas e
soluções simples, para problemas que no fundo, possam ser bem complexos.
· * A terceira característica, é a Abstração,
que gerou a matematização e a formalização da ciência. Promovida desde o
século XVII, a surgiu como um fenômeno comum a duas ou mais disciplinas ou
campos de conhecimento, mas em seu estudo, os participantes estabelecem diálogo
entre si. O que é essencial na interdisciplinaridade é que existe diálogo entre
as disciplinas,ou melhor, entre os profissionais dessas disciplinas. Todos trocarão ideias, a partir de suas
disciplinas, mas ouvirão a opinião dos outros.
Partindo da
disjunção de Descartes e chegando a interdisciplinaridade, observo que a
separação é necessária para que existam especialistas em todas as áreas, porém
a interdisciplinaridade promove a aprendizagem do aluno de maneira integrada,
oferecendo subsídios para que ele entenda que as aprendizagens adquiridas nas
escolas são oferecidas a ele para que possa conseguir transformar sua realidade
fora da escola.
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