Vídeo-aula 7
Educação e valores
Educação e Ética
Quando nascemos, nosso primeiro grupo social é a família.
Depois, quando o aluno entra para a escola, aprende a lidar com regras do
coletivo. A escola é uma transição para a vida social. Ela vai preparar o
jovem, o estudante para a vida pública, para a sociabilidade pública.
Na escola, quando a postura do professor é daquele que não
sabe como balancear a autoridade e a liberdade, isso pode gerar muitos
problemas disciplinares. O aluno é regido por regras exteriores e
progressivamente essas regras serão cada vez mais incorporadas de maneira a que
construa suas próprias regras e ganhe
"autonomia da moral". Quando não existem regras claras e
definidas, não há autonomia moral.O professor não ensina apenas saberes, ele desenvolve
valores.
A ética dentro da escola, envolve a interação entre
professores e alunos, professores e professores, alunos entre si, professores e
alunos com os funcionários.
Quando falamos em moral, em ética, no geral falamos de um
comportamento escolhido. A ética é
aquilo que supõe uma adesão voluntária a um conjunto de regras de ação que se
considera justo, enquanto a moral já supõe formas de agir coletiva, sociais,
esperadas, recomendadas, elaboradas pela própria sociedade. Do ponto de vista
do significado, tanto podemos falar em ética, quanto podemos falar em moral. Em
ambos os casos, nós estamos falando da nossa necessidade de trabalhar com o
lugar do outro, da necessidade que todo mundo tem de, frente a um desafio ou a
uma situação que implica escolha, em relações de justiça, se colocar no lugar
do outro. E a ética é uma questão de hábito!
Para lidarmos com as diferentes situações de sala de aula
que pressupõe a necessidade dos ensinamentos de valores, a melhor coisa a se
fazer é buscar o meio termo, a racionalização dos acontecimentos, buscando regras
consideradas razoáveis, que possam ser justificáveis perante a coletividade.
Isso supõe, de um certo modo, a clareza das regras. Do ponto de vista
pedagógico, o professor jamais conseguirá trabalhar a ética com seus
estudantes, se os estudantes não entendem quais são os seus critérios como
professor.
É só nessa relação
entre igualdade e diversidade ou igualdade e fraternidade, nessa relação com o
diferente que nós podemos preparar a democracia. Preparar a democracia é também
lidar com a formação do comportamento. O comportamento que
se exige da sociedade, que tem a ver com a construção de normas coletivas, de
viver de maneira a não ferir o outro.
De um certo modo, isso nos conduz à ideia que trabalhar as
novas gerações, com a criança, supõe também trabalhar a responsabilidade do
adulto perante o mundo, perante a construção desse patamar de civilidade.
Muitas vezes nós na escolarização temos dificuldade em lidar
com determinados estudantes, determinados alunos em sala de aula, e nem nos
deparamos com a nossa dificuldade porque a relação de empatia não é uma relação
óbvia. É necessário nesse aspecto pensarmos numa atitude de tolerância, estabelecendo
uma relação de produção de uma cultura escolar que venha a ser progressista,
que venha a ser fraterna, que venha a trabalhar aquilo que os autores hoje tem
relacionado com dois universos da virtude, de um lado as virtudes que
correspondem a uma ética da justiça (matriz masculina), e uma ética do cuidado
(matriz feminina).
O professor tendo um comportamento ético, de respeito e de
cuidado com o aluno, estabelece com este vínculos, que com certeza
possibilitaram a mudança de atitudes na esfera dos valores.
Cativar é transforma o outro em ser querido para sempre... quando isso acontece, a sociedade ganha mais um cidadão, vestido de ética e senso de moralidade.
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