Cidadania

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sexta-feira, 23 de novembro de 2012




Aplicabilidade da tecnologia na educação 




A educação formal no Brasil atual encontra-se em dois momentos antagônicos: busca-se pela formação em massa e pela informatização do processo enquanto nas escolas públicas prima-se pela estagnação do ensino aprendizagem e pela busca dos culpados pela violência e falta de valorização da escola. 

Os profissionais que deveriam educar os alunos, chamados professores, estão paralisados, reclamando por direitos, por melhores condições, pela falta de educação dos alunos, sem parar para analisar que o caos existente no sistema escolar tem uma grande parcela de culpa sua. 

Enquanto erguem-se os paradigmas educacionais da manutenção da ordem, da negação à tecnologia, da mania de achar-se sempre mal remunerado, o mundo tecnológico caminha, e os alunos vem crescendo através dele e com ele, desenvolvendo formas cada vez mais rápidas de observar, assistir e entender o mundo de acordo com suas próprias convicções. 

Segundo Freire, 1996 “Mas é preciso, sublimo, que, permanecendo e amorosamente cumprindo o seu dever, não deixe de lutar politicamente, por seus direitos e pelo respeito à dignidade de sua tarefa, assim como pelo zelo devido ao espaço pedagógico em que atua com seus alunos.” 

É importante sim, lutar pelos próprios direitos, mas sem esquecer de cumprir com os próprios deveres. E infelizmente esse esquecimento vem acontecendo de forma efetiva. Aqueles que deveriam servir-se ao papel de educadores estão tão ocupados em procurar por vantagens nas licenças remuneradas sem volta prevista e com bônus garantido, no desrespeito pelo não explicar o conteúdo e exigir cópias infinitas, pela falta de democracia ao não ouvir as ideias dos alunos, pela falta de ética ao se posicionar como autoritário em pleno século XXI que se esquecem que são formadores de pensamentos, construtores de mudança social. 

Não haverá valorização da escola e do docente se ele continuar a não ocupar o seu papel de facilitador entre os processos de ensino e aprendizagem. Não haverá respeito bilateral se o professor continuar a se julgar todo poderoso e onipotente. A verdadeira educação continuará a não existir se o professor continuar a negar a informatização do processo formal. 

A Tecnologia da Informação invade o Planeta. As informações correm “à velocidade da luz”, as crianças nascem apertando botões e os adolescentes fazem muitas coisas tecnológicas ao mesmo tempo e estão mais acelerados ou mais dispersos. Mas uma coisa é certa: não dá mais para viver sem os recursos tecnológicos. Celulares, máquinas digitais, computadores, notebooks, tablets e, talvez o mais importante disso tudo: a Internet! 

A informatização da educação formal faz-se necessária diante desse mundo de informação que se desdobra aos nossos olhos. Fazer uso da Web 2.0 e de tudo o que ela proporciona oferece ao docente subsídios para provocar as mudanças necessárias no que diz respeito à indisciplina, à falta de interesse, à aprendizagem efetiva e à vinculação das aprendizagens com a vida cotidiana, possibilitando as mudanças necessárias na vida desses alunos para efetivar uma situação de cidadania crítica e participativa. 

O blog, dentro desse contexto, dá a abertura necessária a várias formas de aprendizagem: pode-se pesquisar links previamente selecionados, servir como forma de comunicação de recados e atividades, ser um espaço para postagem de trabalho dos alunos, ser utilizados para comentários dos posts, tornando assim a comunicação entre professor e aluno uma realidade possível e mais próxima, onde ambos estão num mesmo nível de aprendizes e ensinantes. 

O professor, ao optar pelo blog precisa ter ciência da necessidade de estar sempre “ligado” às postagens, aos comentários, às dúvidas e saber que precisa mantê-lo atualizado, de forma com que não caia no esquecimento. 

O adolescente “mexe” no computador, mas não sabe utilizá-lo como ferramenta de estudo. Cabe ao docente possibilitar esse encontro entre o educando e a educação formal oferecida pela máquina através da leitura de bons textos, de jogos educativos, de sites sérios, de formas de expressão crítica e também ensinando o respeito à produção científica existente no planeta, através da orientação à pesquisa com citação de fonte de forma correta, evitando assim o tão desmerecido plágio. 

Muitos dos problemas da escola podem ser minimizados através da utilização da tecnologia. Cabe à comunidade educativa a postura de fazer uso desse bem social em prol daqueles que por vários anos lhes são confiados como alunos, para que neles se desenvolva a razão, a crítica e a autonomia, na busca de uma sociedade mais igualitária e menos desumana.


Referências bibliográficas:
FREIRE, Paulo. – Pedagogia da Autonomia – Saberes necessários à Prática Educativa, São Paulo: Paz e Terra

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